Pesquisar este blog

terça-feira, 12 de março de 2013

STJ-Ministério da Saúde: Mais estudos são necessários para comprovar relação entre campos eletromagnéticos e câncer

Notícias STF Imprimir Quinta-feira, 07 de março de 2013


Ministério da Saúde: Mais estudos são necessários para comprovar relação entre campos eletromagnéticos e câncer





Pesquisas sobre a associação entre campos eletromagnéticos como causadores de câncer não possuem resultados unânimes. A afirmação é da mestra e doutora pela Escola Nacional de Saúde Pública (Fiocruz) e gerente da Unidade Técnica de Exposição Ocupacional, Ambiental e Câncer - Coordenação Geral de Prevenção e Vigilância (Conprev/INCA), Ubirani Barros Otero. A doutora participou na manhã desta quinta-feira da audiência pública sobre campos eletromagnéticos de linhas de transmissão de energia, iniciada ontem (6) no Supremo Tribunal Federal (STF). O evento continua nesta sexta-feira (8).



Durante sua palestra, Otero abordou os efeitos da radiação eletromagnética de baixa frequência sobre o meio ambiente e a saúde pública, os investimentos e tecnologias necessários para a redução do campo eletromagnético nas linhas de transmissão e os impactos práticos e econômicos da redução.



Segundo a doutora, a Agência Nacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classifica os campos eletromagnéticos de baixa frequência como pertencentes ao grupo 2B de agentes cancerígenos. Fazem parte deste grupo agentes possivelmente cancerígenos para humanos, como o chumbo, alguns tipos de agrotóxicos e as fibras de cerâmica refratária. Ainda assim, a doutora alega que os estudos ainda não chegaram a uma conclusão final. “A classificação no 2B significa que nem todos os estudos foram unânimes em achar associação entre exposição e doença. Alguns encontraram associação, mas ela não foi muito significativa, foi muito fraca”, afirma.



Câncer



Dados apresentados por Otero revelam que os cânceres mais comuns em homens e mulheres são, respectivamente, os de próstata (62,64% de incidência) e mama (52,50%). Em jovens com idade inferior a 19 anos, os tipos mais comuns da doença são a leucemia (29% doa casos) e os linfomas (15%). A doutora esclareceu que o câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças com características diferenciadas e fatores de risco estabelecidos. Segundo ela, o longo período de latência da doença, que pode levar anos para apresentar os primeiros sintomas, como tumores, é um fator que dificulta o conhecimento de sua causa. Além disso, o efeito combinado, que consiste no acúmulo de hábitos de risco do indivíduo (tais como o tabagismo, o alcoolismo, o contato com determinados aparelhos domésticos e a proximidade dos campos eletromagnéticos), pode ocasionar a doença e também dificulta a identificação exata de sua causa.



Precaução



Uma vez que os estudos ainda não comprovam a relação entre os campos eletromagnéticos como causadores de câncer, a doutora recomenda como possíveis medidas de precaução à doença a elaboração do mapa da exposição, que calculará a distância das fontes de magnetismo em relação às residências, o estímulo às pesquisas científicas, a instalação de dosímetros para mensurar cotidianamente a exposição ao eletromagnetismo nas casas e a comunicação de risco à saúde para as comunidades. Além disso, Otero alerta para a importância da construção de novas estações de energia longe dos núcleos populacionais e ainda para a elaboração de estratégias de vigilância do câncer relacionado a fatores de riscos no trabalho, como o contato com produtos químicos. “Quanto maior a distância (do campo eletromagnético), menor o risco”, destaca.



VA/RR





Nenhum comentário:

Postar um comentário