Pesquisar este blog

domingo, 17 de junho de 2012

O insustentável modelo do ter. Somos 'robotizados a perseguir metas de crescimento sem considerar seus impactos'...' 78 % de toda a produção do mundo é consumida por somente 16 % da população e ... já ultrapassamos em 50% a capacidade de regeneração do planeta...A Rio+20 tem o desafio de inspirar um novo momento e apontar as diretrizes de um modelo de desenvolvimento sustentável...ecoeficiência e a ecoefetividade...inovação disruptiva... e políticas tributárias...com o incentivo às atividades sustentáveis.'-INSTITUTO ETHOS

O Estado de S.Paulo


Análise: Jorge Abrahão





Um grupo de premiados cientistas fez um importante alerta recentemente: "Nós, humanos, desenvolvemos mais a capacidade de fazer do que a habilidade de compreender". Se permanecermos robotizados a perseguir metas de crescimento sem considerar seus impactos, correremos cada vez mais riscos, pelas consequências sociais e ambientais desse nosso modo de ser.



Diz a importante publicação O Estado Do Mundo que 78 % de toda a produção do mundo é consumida por somente 16 % da população e mesmo dessa maneira já ultrapassamos em 50% a capacidade de regeneração do planeta.



Se há um consenso na sociedade global é de que a inclusão social é condição para o desenvolvimento sustentável. Não são mais admissíveis a pobreza e os padrões de desigualdade atuais. Se a inclusão dos 84% que estão à margem do consumo ocorrer seguindo os atuais padrões, estaremos avançando perigosamente nos limites do planeta e comprometendo as gerações futuras.



É, portanto, tempo de compreender. A Rio+20 tem o desafio de inspirar um novo momento e apontar as diretrizes de um modelo de desenvolvimento sustentável para governos, empresas e sociedade civil.



Este novo modelo não pode avançar em camada: primeiro o econômico, depois o social e só então o ambiental. A integração e equilíbrio destas dimensões são a chave para o futuro.



Na recém-terminada Conferência Ethos, empresas assumiram compromissos, demandaram ações dos governos e criaram propostas para os dez principais temas do desenvolvimento sustentável que já foram encaminhadas a ONU e ao governo brasileiro.



Entre os compromissos, destacamos a ecoeficiência e a ecoefetividade, que significa operar dentro dos limites dos sistemas naturais. Outro compromisso importante é com o investimento na inovação disruptiva: tecnologias, processos, produtos e modelos de negócio pautados pelos princípios da sustentabilidade.



Há também aperfeiçoamento dos processos e operação pelo melhor padrão global.



Os governos, por sua vez, devem ser indutores da nova economia, com adoção de políticas tributárias e de compras governamentais sustentáveis, com o incentivo às atividades sustentáveis e o desincentivo progressivo às atividades não sustentáveis.



Por fim, embora muitos apostem no fracasso da Rio+20, temos a esperança de que ali se consolide a ideia de que o investimento no desenvolvimento sustentável é a melhor saída para a crise, por endereçar simultaneamente soluções sociais, ambientais e éticas.



É PRESIDENTE DO INSTITUTO ETHOS,



MEMBRO DO CONSELHO DO GLOBAL



COMPACT DA ONU E MEMBRO DA



COMISSÃO NACIONAL DA RIO+20



Nenhum comentário:

Postar um comentário